Poema erotico

Podia amar-te hoje
como o teu olhar reclama
passar o dia todo, contigo
na cama.
Usar o teu corpo,
gasta-lo, beijo a beijo
como, dia a dia,
ainda te desejo
quando a tua carne pede mais
e sorris, e me habituas...
Queria, libertino,
invadir-te as coxas.
abrir-te as pernas nuas,
terminar em ti.
Que te desses ao marido
como se fosses amante
e te oferecesses
(como se fosse por dinheiro)
ao teu proprio companheiro.
Quero (d)escrever-te assim
com a loucura
com que te desejo
ao semear-te o ventre,
quando te mordo a boca...
E queria (a)mar-te sempre,
como uma ilha
no oceano da idade
que nos temos.
E comer-te
gomo a gomo,
como o fruto do amor
que nos fizemos.
Queria que hoje fosses
a bacante
que , no fundo ainda abrigas
e que é louca
que é puta
e usa ligas.
Liberta esses fantasmas
que te fazem suar.
Poe-te de gatas
rebola e goza
enquanto me fazes gozar.
Torna-te redonda
em hemisferios de nadegas e seios
desvenda esses relvados frescos
que prometem
o templo do amor que tu contens
e encerram segredos de cetim.
Vem, Veneza, onde me perco
em romantica gondola de fogo
nesses canais de esperma e de jasmim.
Derrama sobre mim
oh! deusa nua
toda essa ambrosia de prazer
que a minha sede quer.
Recria em mim esses herois
que , em sonhos, te saciam
e da-te como pensas
que as outras fariam.
Nao julgues que em ti
me atrai a castidade
e nas outras busco fantasia.
Da-te, vem(-te)
desvairada.
que o meu prazer redobra
ao ver-te assim exitada.
Que nao te quero casta,
que eu nao te quero santa.
quero-te femea!
Cadela que, ao passar
deixa nos homens o rasto
da volupia e do pecado.
Quero-te livre, ao meu lado.
Quero sobretudo, dizer-te
que te amo
e quero amar-te so a ti.
Da-me, de novo, o prazer
de me perder dentro de ti
para , finalmente, me encontrar.
Ja se faz tarde, amor,
vem, vamos amar.

autoria de Fernando Tavares Rodrigues