Ontem fui mulher!

Ontem eu fui mulher!
Mulher que caiu, levantou, gritou, sorriu, chorou.
Mulher que tudo viu, consentiu, se anulou por causa de um amor.
Amor que não ligou, não sentiu, pisou, humilhou, destruiu e nada viu. (...)
Ontem eu fui mulher!
Mulher ingênua, imatura, insegura...mulher que sonhava, esperava e o sonho não se realizava.
Mulher que lutava, ganhava, perdia, recebia, entregava e morria a cada dia. (...)
A mulher foi caindo, caindo, e quanto mais caía, mais fundo o lugar parecia longe. Era preciso alguma coisa fazer!
A mulher parou, refletiu, e decidiu: chega, chega de escravidão, sofrimento, dor, saudade, falta de amor.
Era preciso romper as cadeias e voar, voar para a liberdade; mas para isto alcançar, cabia somente a mulher o seu caminho encontrar. (...)
E a mulher ressurgiu cambaleante, fraca, aturdida; abriu os braços, sorriu, sorriu livre para a vida!
(Disnéia Sério Xavier)